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Abaixo transcrição da matéria de autoria do jornalista Carlos Arêas no Jornal Globo Sportivo, de 13 e 20 de janeiro de 1950, em pesquisas realizadas por Alexandre Magno Barreto Berwanger.

O FINAL DESASTROSO DE 1927

Um certame que teve um final tumultuoso, não terminando pela primeira vez normalmente o jogo finalista, que mais uma vez reuniu os paulistas e os cariocas. Flatavam pouco mais de dez minutos para o término da peleja e o score era de 1x1, quando o juiz Sr. Ary Amarante, puniu os paulistas com um penalty, acusando hands de Bianco dentro da area. Não se conformaram os bandeirantes com a punição e depois de muita discussão abandonaram o campo. Fortes, o consagrado half esquerdo, cobrou então a penalidade máxima e o match foi encerrado com a vitoria dos cariocas por 2x1.

O incidente alcançou maior repercussão porque pela primeira vez compareceram a um jogo o então presidente da República, Sr. Washington Luís, que chegou a um seu ajudante de ordens, pedir aos paulistas que continuassem jogando, não sendo atendido pelos mesmos. Feitiço, passando por cima da autoridade do capitão do team, que era Amilcar, chegou mesmo a dizer em resposta ao pedido do presidente da República: "Diga ao presidente que ele manda lá em cima: aqui em baixo mandamos nós". Uma resposta que ficou famosa na história do Campeonato Brasileiro.

Em consequencia dos incidentes a C.B.D. eliminou Feitiço, Grané e Tufy e suspendeu outros, inclusive o capitão do team, Amilcar. E no ano seguinte o Sr. Washington Luiz fez sentir o seu ressentimento pela decepção sofrida, vetando a ida da representação brasileira às Olimpiadas. O jogo finalista tumultuado reuniu as seguintes equipes:
CARIOCAS: Amado; Penaforte e Helcio; Alberto, Floriano e Fortes; Pascoal, Oswaldinho, Nilo, Baianinho e Teófilo.
PAULISTAS: Tuffy; Grané e Bianco; Pepe, Amilcar e Serafim; Aparicio, Heitor, Petronilho, Feitiço e Evangelista.

No ano seguinte, 1928, os paulistas não se inscreveram para o Campeonato Brasileiro de Football. E assim a peleja finalista não reuniu os tradicionais adversarios, apresentando pela primeira vez os paranaenses para decidirem o título com os cariocas. Os cariocas venceram amplamente por 5x1, tendo o match sido disputado no Rio. A seleção campeã formou assim no jogo final: Amado - Penaforte e Helcio - Nascimento, Floriano e Fortes - Pascoal, Nilo, Rogerio Braga, Baiano e Teofilo. Rogerio Braga, irmão do half Indio dos tempos atuais, era center-half, mas foi colocado como center-forward no scratch e brilhou nesse jogo assinalando três dos goals cariocas.

CAMPEÕES OS PAULISTAS EM 1929

Em 1929, no sétimo campeonato oficial, voltaram os paulistas a disputar o certame e a conquistar, aliás o título máximo. O regulamento foi alterado e criada a "melhor de três" para a decisão do título, ao invés de um jogo só. Os paulistas tiveram como adversários mais uma vez na final, os cariocas.

O primeiro jogo foi cumprido no Rio e os paulistas venceram por 4x1. Esse jogo foi marcado por um incidente lamentavel. Oswaldinho, ao entrar na area foi atingido por Del Debbio na canela, fraturando o osso e afastando-se do football.

O segundo jogo teve lugar em São Paulo e registrou-se então um empate de 3x3, que os paulistas não esperavam.

O terceiro jogo foi realizado novamente no Rio e os cariocas ai venceram por 3x1. Ficou assim empatada a "melhor de três" e tornou-se necessario um quarto jogo para a decisão do titulo. Esse novo encontro teve lugar em São Paulo e venceram os paulistas por 4x2. Veja detalhes desta competição.

NOVAMENTE COM OS CARIOCAS O TÍTULO, EM 1931

Em 1930, devido à perturbação trazida à todo o país pela revolução que derrubou o Sr. Washington Luis e trouxe ao poder o Sr. Getulio Vargas, não foi realizado o Campeonato Brasileiro de Football. O oitavo certame nacional somente em 1931 voltou assim a ser disputado. E os cariocas recuperaram o titulo máximo, derrotando os paulistas na "melhor de três" finalista.

DOIS ANOS SEM CAMPEONATO OFICIAL: 1932 E 1933

Em 1932 nova revolução, a chamada revolução constitucionalista chefiada pelo general Bertoldo Klinger, tumultuou a vida do país e impediu a realização do Campeonato Brasileiro de Football. No ano seguinte 1933, a C.B.D. não pôde promover também o certame oficial. Foi o ano da cisão, com o advento do profissionalismo. A luta enfraqueceu de tal forma a C.B.D. que ela não pôde promover o campeonato brasileiro.

Enquanto isso a entidade profissionalista, a Federação Brasileira de Football, promovia o seu 1° Campeonato Brasileiro que terminou com a vitoria dos paulistas, que derrotaram os cariocas por 2 a 1.

O CAMPEONATO "DIFERENTE" DE 1934: CAMPEÕES OS BAIANOS

Afinal em 1934 a C.B.D. conseguiu reunir forças bastantes para promover o 9° campeonato brasileiro oficial, que se tornou o campeonato "diferente", pois pela primeira e única vez o título máximo não ficou em poder dos paulistas ou dos cariocas, seus veteranos e habituais detentores.

Os cariocas representados por um team secundario, de vez que os melhores jogadores da cidade estavam nas fileiras dos clubes profissionais, foram surpreendidos pelos capixabas e eliminados do certame, em jogo realizado aqui no Rio, no campo do Botafogo. Em seu primeiro jogo os cariocas venceram o Estado do Rio por 5 a 3, mas no encontro com o Espirito Santo foram batidos por 5 a 4. Veja mais sobre esta partida e a competição deste ano.

Os paulistas passaram pelo scratch da Marinha por 3 a 2, eliminaram depois os capixabas por 4 a 2 e chegaram à "melhor de três" finalista com os baianos, em Salvador. Estes haviam derrotado os sergipanos por 8 a 0 e os riograndenses do norte por 5 a 3. Na competição final os baianos venceram o primeiro jogo por 4 a 2, os paulistas venceram o segundo por 3 a 2 e os baianos voltaram a vencer no último por 2 a 0, sagrando-se assim campeões brasileiros de 1934.

No certame profissionalista do mesmo ano de 1934, os paulistas voltaram a ser campeões seguidos dos cariocas. No primeiro jogo finalista, no Rio, os cariocas venceram por 2 a 0. No segundo, em S. Paulo os paulistas venceram por 2 a 1 e no terceiro voltaram os bandeirantes a vencer por 3 a 1, sagrando-se assim campeões do segundo certame da Federação Brasileira.


Fonte: Matéria de autoria do jornalista Carlos Arêas no periódico O Globo Sportivo, de 13 de janeiro de 1950; e de 20 de janeiro de 1950.
pesquisas realizadas por Alexandre Magno Barreto Berwanger
Página adicionada em 14 de maio de 2013.