Evolução dos públicos do Fluminense na Era Pré-Maracanã:

Público recorde no Fla-Flu de 1925
- 1901: Brasileiros 1–1 Ingleses, 15 espectadores, Rio Cricket and Athletic, Niterói, RJ, primeira partida oficial do atual Estado do Rio de Janeiro.
- 1902: Fluminense 8–0 Rio Football Club, 19/10/1902, primeiro jogo do Fluminense, o jornal "A Notícia" publicou : "Enorme multidão de pessoas gradas de nossa sociedade acorreu presurosa, no dia 19 do corrente, domingo, ao Paysandu Cricket Club, para assistir ao desafio de futebol entre essas duas notáveis sociedades."
- 1903: dos 7 jogos disputados nesse ano, 3 foram em São Paulo, 2 em Niterói e dois em Laranjeiras, no Campo da Rua Paysandu, não se conhecendo os públicos dos jogos.
- 1904: o Fluminense mandou construir pequena arquibancada de madeira para acomodar o público.
- 1904: 996 pessoas pagaram ingressos em 14/08, além dos sócios e convidados, Fluminense 0–3 Paulistano, público total 2.500 pessoas.
- 1905: 2.500 ou 3.000 pessoas segundo a imprensa (Fluminense versus Paulistano, dois jogos, 2 –0 e 2–3, no Campo da rua Guanabara), 02/07/1905.
- 1905: "O Malho" de 28/10 narrou que havia adultos e crianças que assistiam os jogos de fora do clube "não podendo ou não querendo marchar com a arame (dinheiro) da entrada para assistir ao jogo de foot-ball do ground da Rua Guanabara".
- 1906: 1.000 pessoas foi o público estimado da primeira partida da história do Campeonato Carioca, Fluminense 7–1 Payssandu, 03/05/1906, segundo o "Jornal do Brasil".
- 1906: 5.000, foi o público para Seleção Paulista 4–3 Fluminense, 11/11/1906, no Campo do Velódromo, em São Paulo (SP), segundo o jornal "Correio Paulistano", de 12/11/1906.
- 1907: a vitória do Fluminense por 3–0 sobre o Paulistano em 30 de junho teve a presença do prefeito, deputados e senadores.
- 1908: 2.500 pessoas, Fluminense 4–4 Botafogo, 14/06/1908, segundo o "Jornal do Brasil" e "A Imprensa".
- 1909: Fluminense 2–1 Botafogo, 22/08/1909, segundo "O Paiz" relatou "Enchente igual só tivemos, quando nos visitou o extraordinário team argentino", referência a três jogos entre combinado argentino e combinado carioca em julho, com o último tendo o público estimado em 7.000 ou 10.000 segundo "A Gazeta de Notícias" de 13 de julho.
- 1910: "A série de apresentações do Corinthians (o Corinthian Team inglês) também demonstraria para Harry (Henri Welfare) a popularidade do futebol entre os brasileiros - além de seu caráter elitista. Houve um público de seis a dez mil pessoas no Fluminense; a última partida foi assistida por diversos membros do gabinete do governo brasileiro e pelos embaixadores dos Estados Unidos e da Inglaterra." Transcrição do livro "Um jogo inteiramente diferente! Futebol: A maestria brasileira de um legado britânico", de Aidan Hamilton, jornalista inglês (2001). Segundo o livro "História do Fluminense", de Paulo Coelho Netto (2002), a temporada do Corinthians rendeu ao Fluminense (promotor da excursão) 36:558:800, proporcionado um lucro de 1:853:880. As partidas entre Fluminense e Botafogo no campeonato levaram de 3.000 a 4.000 pessoas aos campos.
- 1911: Fluminense 2–0 America, 01/10/1911, o jornal "A Gazeta de Notícias" de 02/10/1911, comentou "... enorme concorrencia na qual se notavam muitas representantes do sexo gentil". O jornal "A Imprensa" desta mesma data ressaltou a " ... enormíssima assistência". Partida no campo da rua Guanabara, que deu o título de campeão carioca ao Fluminense.
- 1912: Fluminense 3–2 Flamengo, 07/07/1912, cerca de 800 espectadores assistiram ao primeiro Fla-Flu, no campo da rua Guanabara.
- 1913: 4.000 pessoas em 1 de novembro assistiram a vitória do Fluminense sobre o Botafogo em Laranjeiras.
- 1914: o Campo da rua Guanabara recebeu cerca de 10.000 pessoas no primeiro jogo da Seleção Brasileira, segundo algumas fontes. Em 8 de novembro 5.000 pessoas assistiram lá ao empate do Fluminense contra o Botafogo segundo "O Malho".
- 1915: ampliação das arquibancadas para receberem 5.000 pessoas sentadas (sócios e familiares), havendo as que assistissem ao jogo de pé, em 8 de novembro.
- 1915: Flamengo 0–0 Fluminense, 22/08/1915, o jornal "Correio da Manhã" publicou que "uma enchente notável"..., ..."Houve quem calculasse em cerca de 3.000 esse algarismo"..., tinham comparecido ao campo do Botafogo.
- 1916: 7.600$000 foi a renda do primeiro Torneio Início vencido pelo Fluminense em Laranjeiras, com público estimado pela imprensa em 5.000 pessoas.
- 1917: 10.298:000 foi a renda da vitória de 1–0 do Fluminense sobre o America em Laranjeiras, maior renda do campeonato, talvez umas 8.000 pessoas.
- 1917: publicou Thomaz Mazzoni, em seu livro "História do futebol no Brasil": "Com a vinda de 1917 o futebol brasileiro entrou em sua maturidade. Deixou sua adolescência para trás, assim como, lá para 1911 e 12, havia saído de sua infância. O "association" já era praticado em todos os estados, em todas as cidades, em todos os cantos do Brasil e sua popularidade crescia cada vez mais. O confronto interestadual se desenvolvia progressivamente e os campeonatos locais aumentavam a rivalidade interclubes."
- 1918: trecho retirado do livro "Footballmania - Uma História social do futebol no Rio de Janeiro, 1902/1938", de Leonardo Affonso de Miranda Pereira, Ed. Nova Fronteira (2000), sobre a decisão da Taça Ioduran, ralizada no campo do Botafogo: "Ainda em 1918, um sportman paulista que visitou o Rio de Janeiro para acompanhar uma partida entre o Paulistano e o Fluminense surpreendeu-se com a impressão de que "os cariocas não são nada bairristas", pois via torcedores de outros clubes cariocas torcendo desesperadamente pela vitória do quadro de São Paulo e mostrando em relação ao Fluminense uma "hostilidade pavorosa". Para além da identidade regional que separava o brasileiro em diferentes regiões, colocava-se, assim, um outro tipo de identificação que, mesmo em cada cidade, criava entre os torcedores múltiplos antagonismos e rivalidades."
- 1918: Fluminense 2–0 America, 20/05/1918. Publicou o "Jornal do Commercio", de 20/05/1918 : "Uma assistencia colossal, como ainda não tinhamos visto nesta temporada.....cerca de oito mil pessoas...." . Campo da rua Guanabara.
- 1918: 15.000 pessoas, Flamengo 0–3 Fluminense, 23/06/1918. Publicou O PAIZ, de 24/06/1918 : "No ground do Flamengo afluiu uma multidão de espectadores, que ultrapassou muito a 15.000 pessoas. Foram sem número as pessoas que tiveram que voltar da porta...". "Talvez nunca, nesta capital se tenha disputado um jogo perante platéia tão numerosa." Campo da rua Paissandu.
- 1918: America 0–4 Fluminense, 15/09/1918. Publicou a "Gazeta de Notícias", em 16/09/1918 : "assistencia colossal...enchente colossal,que obrigou a directoria do America a suspender a venda de entradas às 2 1/2 horas, muito antes do início da prova principal." Campo da rua Campos Salles. Pela renda algo em torno de 8.500 pagantes, mais os sócios do America.
- 1918: Botafogo 1–2 Fluminense, 29/09/1918. Publicou o "Jornal do Commercio", de 30/09/1918 :
"...perante grande assistencia, calculada em 8 ou 9 mil pessoas." Campo da rua General Severiano, jogo que praticamente deu o título ao Fluminense.
- 1919: inauguração do Estádio de Laranjeiras para 18.000 espectadores, em 11 de maio.
- 1919: 15.000 presentes, Flamengo 1–3 Fluminense, 24/08/1919, Campo da rua Paissandu. Publicou "O Paiz", de 25/08/1919: "... e essa enchente representou um record nos jogos de campeonato deste anno, pois foi a primeira vez que foram fechadas as bilheterias."
- 1919: Fluminense 4–3 São Cristóvão, 30/11/1919, segundo diversos jornais da época, público só comparável aos jogos do Campeonato Sul-Americano de Seleções Nacionais. As fotos mostravam o Estádio e Laranjeiras cheio, sem claros. Entre pagantes considerando a renda e sócios, provavelmente algo em torno de 15.000 torcedores.
- 1919: 30.000 presentes, (público estimado, como outros da Sel. Brasileira em 1919 neste patamar), Fluminense 4–0 Flamengo, 21/12/1919, no Estádio de Laranjeiras. O "Correio da Manhã", de 22/12/1919, publicou: "O presidente da república assistiu ao embate, realizado diante de cerca de trinta mil espectadores." O mesmo público foi estimado pelo "Jornal do Commercio", com cerca de 5.000 pessoas não tendo conseguido entrar no estádio e acompanhado a partida das imediações. Os ingressos de cadeiras numeradas custaram 4.000 réis, e os das geraes, 1.000 réis, segundo o jornal O PAIZ, de 14/12/1919.
- 1920: o Fluminense arrecadou 44$699:700 no campeonato e em todos os jogos com mando de campo 47:615$000, Flamengo 34:293$000, Botafogo 24:736$000, America 22:090$000 e São Cristóvão 15:745$000.
- 1921: o Fluminense arrecadou 54:458$000 no Campeonato Carioca em seus jogos com o mando de campo.
- 1922: ampliação do Estádio de Laranjeiras para 25.000 pessoas, em 17 de setembro. Para melhor entedimento da evolução de públicos da Era Pré-Maracanã, cabe comentar que após a construção de estádios pelos outros clubes, em substituição aos antigos campos, estruturas menos complexas e na maioria dos casos, sem edificações de cimento, é que foram registrados os maiores públicos conhecidos nos outros estádios. Em ordem cronológica, o Vasco inaugurou o seu estádio em 1927, o Botafogo e o Flamengo em 1938, o Madureira em 1941, o Olaria, o Bonsucesso e o Bangu em 1947. Cabe salientar que o São Cristóvão, que já em 1916 tinha um bom campo para os padrões da época, teve a sua estrutura de madeira demolida em 1943 por questões de segurança, reinaugurando as suas instalações em 1946, assim como o America, cujo campo desde 1924 já tinha boa capacidade e estrutura de cimento em boa parte de sua composição, também veio a ter de demolir as suas arquibancadas de madeira em 1943, vindo a inaugurar o seu estádio em 1952, já na Era Maracanã. O Flamengo, que inaugurara a sua estrutura em 1938, e que também teve que demolir as suas arquibancadas de madeira por conta da proibição legal de 1943, inaugurou as suas novas instalações em 1944, neste ano com capacidade para comportar 25.750 pessoas, segundo o jornalista Roberto Assaf, com o autor destas linhas ficando na dúvida sobre aquela que seria a classificação ideal para a estrutura inaugurada em 1938 segundo os critérios acima, adotando a princípio, a opinião que os pesquisadores flamenguistas divulgam.
- 1922: o Correio da Manhã de 18/02/1923 publicou que o Fluminense obteve a maior média de renda do Carioca de 1922, com 4:390$700 arrecadados por jogo, tendo realizado apenas uma partida em seu estádio que passou por obras de ampliação.
- 1923: 10.910 pagantes, para uma renda de 27:368$500, na primeira partida oficial entre Fluminense e Vasco (0–1), disputada no Estádio de Laranjeiras em 20/05, segundo o jornal Correio da Manhã, de 25/05/1923, citado pelo pesquisador Hugo da Silva Moraes em dissertação de Mestrado em História Social para a UFF (Universidade Federal Fluminense), intitulado "Jogadas Insólitas: Amadorismo e Processo de Profissionalização no Futebol Carioca (1922-1924)", 2009, pág. 74: Esse preço corresponde a aproximadamente cinco carros novos do modelo Ford à 4:870$000 ou aproximadamente 10 meses de aluguel de uma casa no centro da cidade com 24 quartos, mobiliados, dois banheiros com aquecedor, cozinha com fogão a gás rendendo 2:800$000 mensais. Correio da Manhã, Rio de Janeiro: 25 de maio de 1923. Correio Sportivo (dissertação de Hugo Moraes UFF - Universidade Federal Fluminense). Lembrando que nestas décadas iniciais do futebol carioca os sócios dos clubes não pagavam ingressos, assim como as suas esposas e duas filhas solteiras, classificadas como dependentes, conforme descrito no livro "A torcida brasileira" (Ed. 7 Letras, 2012, 4 autores), em sua página 57.
- 1923: Vasco 2–3 Flamengo, 08/07/1923, renda de 37:000$000 (Correio da Manhã, 09/07/1923), um jogo que gerou duas lendas: a de que neste jogo torcedores do Flamengo teriam sentado as pás de remo nas cabeças dos portugueses e estimativas de público irreais. Dividindo-se a renda pelo ingresso médio de 2,50 (o mesmo do jogo entre FFC e CRVG acima descrito, que teve arquibancadas a 3$000 e gerais a 1$500), o público pagante teria sido 14.800, e somando-se sócios dos dois clubes, e quiçá, do Fluminense, proprietário do estádio, por conta da mobilização social em torno dessa partida, teriam umas 25.000 pessoas presentes, mesma conclusão que chegou o escritor flamenguista Ruy Castro em seu livro "Flamengo: o vermelho e o negro", que também é confirmada pelo jornal Correio da Manhã: "Calculamos a assistência de hontem não total de 25.000 pessoas. Mas que isso francamente não cabe no Fluminense, em que pese a opinião do seu construtor, dando a lotação para 45 mil". Correio da Manhã, Rio de Janeiro: 10 de julho de 1923; Correio Sportivo.
- 1923: o Fluminense arrecadou 82:129$000 com a venda de ingressos em seus jogos com mando de campo.
- 1924: 13.576 pagantes, Fluminense 2–4 Flamengo, 20/09/1924, maior público do Fluminense neste Campeonato Carioca, curiosamente sua única derrota em quatorze jogos disputados.
- 1924: o Fluminense arrecadou 74:086$500 em seus jogos com mando de campo. No Carioca foram 65:937$000, contra 58:609$000 do Flamengo, 42:693$000 do São Cristóvão, 32:487$900 do Botafogo e 23:595$500 do America.
- 1925: 22.476 pagantes, Fluminense 1– l2 Vasco, 17/05/1925, no Estádio de Laranjeiras.
- 1925: 25.718 pagantes, Fluminense 3–1 Flamengo, 14/06/1925, no Estádio de Laranjeiras.
- 1925: Fluminense 0–1 Paulistano, 14/07/1925, cerca de 25.000 torcedores presentes, maior público do Fluminense em jogos interestaduais em seu estádio.
- 1925: 30.000 presentes estimados, Fluminense 5–1 Vasco, 22/11/1925, no Estádio de Laranjeiras. Publicou O GLOBO, de 23/11/1925: "A assistencia hontem, no stadium, foi calculada em 30.000 pessoas." Foram 21.783 pagantes. Nos jogos com mando dos adversários em Laranjeiras como esse, além dos sócios do Fluminense os dos adversários também tinham acesso sem precisarem comprar ingressos.
- 1926: Fluminense 2–1 Vasco, 23/05/1926, vídeo de época que é disponibilizado pela web e primeiramente foi divulgado pelo antigo site Flumania mostra o Estádio de Laranjeiras superlotado e a movimentação dos torcedores, 21.913 pagantes, mais os sócios do Fluminense, 48:015$000, recorde de renda do campeonato. O recorde de público pagante seria do jogo do Tricolor contra o Vasco no campo do Andarahy, com 22.694 ingressos vendidos.
- 1926: trecho descrito do livro "Footballmania - uma história social do futebol do Rio de Janeiro, 1902/1938", de Leonardo Affonso de Miranda Pereira, Ed. Nova Fronteira (2000) : "Clubes como o Fluminense atravessaram, naqueles anos, um período de intenso crescimento: se em 1922 obtivera 44:112$000 de renda em seus jogos de futebol, em 1926 esse valor já pulara para 130:919$500 - aumentando de ano para ano o montante de dinheiro arrecadado com o jogo da bola."
- 1927: 14.401 pagantes na vitória de 3 a 1 contra o Botafogo em 5 de junho foi o maior público conhecido do Fluminense com mando de campo no campeonato, não se conhecendo o público das duas últimas rodadas contra America e Vasco, o primeiro deles com empate por 2–2 que decidiu o campeonato em favor do Flamengo.
- 1928: 60:000$000 de renda na partida contra o America em 17 de junho, recorde do campeonato até então, provavelmente 20.000 pagantes mais os sócios.
- 1928: Fluminense 4–1 Sporting (POR), 15/07/1928, provavelmente mais de 30.000 torcedores presentes com estimativas possivelmente irreais muito maiores na imprensa, maior público do Fluminense em jogos internacionais no Estádio de Laranjeiras e maior renda de um clube carioca, possivelmente brasileiro, na Era Amadora: 153$580$000.
- 1929: 45.000 presentes estimados pela imprensa sensacionalista da época, Seleção Carioca 1–1 Chelsea (ING), com o time inglês tendo jogado com numeração nas camisas, uma novidade na época, dia 28/06/1929, às 22hs:05'. Segundo o livro "Chelsea FC - The Official Biography" (pág. 236), de Rick Glanvill (2006), esta foi a primeira vez que o Chelsea jogou com luz elétrica (dos refletores), tendo o Estádio de Laranjeiras sido apontado pelos funcionários do clube londrino, como "um dos melhores e mais bem equipados do mundo", opinião não muito diferente da do jogador inglês Henry "Harry" Welfare, quando jogava pelo Tricolor, e sendo ex-jogador do Liverpool, fora perguntado se o Fluminense estava a altura dos grandes clubes ingleses, tendo respondido, "igual, se não com vantagem".
- 1929: a "quebra" da Bolsa de Nova Iorque em 24 de outubro arrastou o mundo para uma grande recessão que duraria por anos e derrubaria a frequência de públicos nos estádios, baixando o PIB mundial em 15% entre 1929 e 1932.
- 1930: nesse ano o Fluminense arrecadou 144:361$000 no Campeonato Carioca, 66:713$000 com os jogos internacionais e 28:547$000 com os jogos interestaduais.
- 1931: no Campeonato Carioca o Fluminense arrecadou 109$996$000, em jogos internacionais 80:076$000 e com os jogos interestaduais 123:409$000.
- 1932: mesmo com a péssima campanha no Campeonato Carioca o Fluminense arrecadou 98:592$000.
- 1933: segundo Thomaz Mazzoni, no livro "História do futebol no Brasil", a renda obtida pelo Fluminense no primeiro ano de profissionalismo, incluindo os amistosos e jogos interestaduais, ultrapassaria 260 contos, quase o dobro do total arrecadado no ano de 1932: como se pode ler no livro História do Fluminense, de Paulo Coelho Netto, apenas no Campeonato Carioca de 1934 o clube arrecadaria 285:321$000, no de 1937, 782:344$200, em 1940, 1.154:339$000 e em 1946 alcançaria Cr$ 3.303.689,00, a maior renda antes do Maracanã.
1933: o jogo do Fluminense contra o Bangu na partida que deu ao clube da Zona Oeste o título de primeiro campeão carioca da Era Profissional em Laranjeiras rendeu 38:000$000.
- 1934: o Campeonato Carioca da LCF de 1934 rendeu 1.331:793$000 contra 943:924$700 de 1933, quando rendeu o dobro da APEA, motivo de discussões que influenciaram a não realização do Torneio Rio-São Paulo, pois o Palestra queria metade das rendas dos jogos no Rio.
- 1935: Trecho descrito no livro "Campos Sales, 118 - A História do América": "Ainda a propósito, exclarecemos que os ingressos para os jogos, nessa época, custavam: arquibancada - 4$400; geral - 3$300 e cadeiras - 8$800. As rendas dos jogos contra os pequenos não passavam de 10 contos; só contra Flamengo ou Fluminense beiravam os 50 contos."
- 1935: 10.171 pagantes e renda de 41:508$500 na decisão do Torneio Aberto que deu o título ao Fluminense (vitória de 1–0 sobre o America), ano com a maioria das rendas e públicos desconhecidos atualmente.
- 1936: 19.125 pagantes em 16 de agosto, Fluminense 2–2 Flamengo pelo Torneio Aberto, renda de 79:835$800, maior público e renda do ano.
- 1937: 19.676 pagantes, Botafogo 0–1 Fluminense, 14/11/1937, no Estádio de São Januário, o maior público pagante do Clássico Vovô até então.
- 1938: 10.000 presentes, Santos 1–4 Fluminense, 18/09/1938, renda recorde em Santos, segundo A Gazeta, de São Paulo : "Quase 50 contos de réis" (na verdade 43:000$000).
- 1938: 27.377 pagantes, Vasco 1–1 Fluminense, 06/11/1938, no Estádio de São Januário.
- 1939: 25.436 pagantes, Vasco 2–0 Fluminense, 23/04/1939, maior público do Fluminense no Estádio de General Severiano.
- 1939 : 30.026 pagantes, Flamengo 2–1 Fluminense, 05/08/1939, no Estádio de São Januário.
- 1940: 32.300 pagantes, Fluminense 1–2 Flamengo, 02/06/1940, no Estádio de São Januário.
- 1940: surge a Turma do Placar, grupo organizado que se reunia embaixo do placar do Estádio de Laranjeiras, para torcer pelo Fluminense.
- 1941: 15.312 pagantes e renda de 115:943$300 no famoso Fla-Flu da Lagoa disputado na Gávea que decidiu o título a favor do Fluminense, renda recorde do campeonato dado o reajuste dos ingressos pelo Flamengo, mas público menor do que os outros jogos entre eles nesse campeonato.
- 1942: 22.110 pagantes, Fluminense 1–1 Botafogo, 17/05/1942, no Estádio de São Januário.
- 1942: As Torcidas Uniformizadas (Organizadas) de Futebol no Rio de Janeiro nos anos 1940, artigo de Jorge Luiz Medeiros Braga, Mestre em Ciências da Atividade Física, para a UFF - Universidade Federal Fluminense, descreve um momento anterior no Estádio de Laranjeiras : A reprodução no modo de torcer dos americanos é observada por Mario Filho, em sua crônica que ressalta a iniciativa dos paulistanos ao viajaram para o Rio (uma experiência inédita, segundo ele) para uma partida amistosa com o Fluminense, nas Laranjeiras: "...a visita da torcida do São Paulo F. C. com os seus uniformes garbosos e os seus gritos de incentivo, obedecendo ao ritmo cinematográfico copiado das universidades ‘Yankees’". Cf. Jornal dos Sports. Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1942, pág. 6.
- 1943: 21.902 pagantes, Fluminense 3–3 America, 15/05/1943, no Estádio de São Januário.
- 1943: após acidente por conta de superlotação na partida São Cristóvão 1–1 Flamengo, disputada no Campo da Rua Figueira de Melo em 19/09, os clubes com arquibancadas de madeira tiveram que retirá-las por ordem da polícia, medidas que atingiram America, Bangu, Bonsucesso, Flamengo e São Cristóvão.
- 1944: 22.370 pagantes, Fluminense 3–0 America, 15/07/1944, maior público entre Fluminense e America, jogo no Estádio de São Januário.
- 1944: 22.205 pagantes, Canto do Rio 2–2 Fluminense, 27/08/1944, maior público do Fluminense no Camp. Carioca, exceto clássicos, Estádio Caio Martins.
- 1945: 20.279 pagantes, Fluminense 1–3 Vasco em 3 de setembro, maior público do ano em Laranjeiras.
- 1946: segundo o livro "O Clube como vontade e representação", de Bernardo Buarque de Hollanda, Carlos Guilherme Krüger, o "Paulista", funda a TOF - Torcida Organizada do Fluminense, primeira torcida organizada Tricolor e a quarta torcida organizada de clubes do Rio de Janeiro, embora desde os primórdios do futebol carioca houvessem manifestações e mobilizações de torcedores, mas nada que pudesse ser enquadrado nas definições de torcida organizada que surgiriam na década de 1940. A Charanga do Flamengo, criada em 11/10/1942 foi a primeira, a TOV - Torcida Organizada do Vasco foi criada em 07/03/1944, a Falange Rubra, do America, em 03/11/1944, assim como seriam fundadas já na década de 1950, a Torcida Organizada do Bangu em 1952 e a TOB - Torcida Organizada do Botafogo em 1957.
- 1946: 27.094 pagantes, Fluminense 1–0 Botafogo, 22/12/1946, maior público entre Fluminense e Botafogo, jogo no Estádio de São Januário.
- 1947: 17.604 pagantes no Fla-Flu que terminou empatado por 3–3 em 21 de setembro, maior público do ano em Laranjeiras.
- 1948: 35.759 presentes (32.300 pagantes), renda de Cr$ 603.740,00, maior renda e público de clube em jogos de "uma torcida só" até então, pelo menos no futebol carioca, Fluminense 4–0 Southampton, 16/05/1948, no Estádio de São Januário.
- 1949: 35.000 (cerca de 35.000 presentes, 27.572 pagantes, público, ver item VII-9 ), Fluminense 1–5 Arsenal, 15/05/1949, no Estádio de São Januário, com os jornais em arroubo nacionalista estimando em 60.000 o número de presentes.
- 1949: 33.378 pagantes e renda de Cr$ 581.970,00, Vasco 2–0 Fluminense, 30/10/1949, maior público pagante entre Fluminense e Vasco no Estádio de São Januário, recorde de renda do Campeonato Carioca até então.
- 1950: 15.502 pagantes e renda de Cr$ 228.646,00 na partida Fluminense 1–2 Flamengo disputada em São Januário pelo Torneio Rio-São Paulo em 24 de janeiro, maior público e renda do Fluminense no ano, antes da inauguração do Maracanã.
1) No clássico Fla-Flu (Flamengo - Fluminense):
* Maior público estimado do Fla-Flu no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 4–0 Flamengo, 30.000, America, Campeonato Carioca, 21/12/1919.
** Maior público pagante do Fla-Flu no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 3–1 Flamengo, 25.718, Campeonato Carioca, 14/06/1925.
*** Maior público pagante do Fla-Flu no Estádio da Gávea:
Fluminense 5–2 Flamengo, 17.999, Campeonato Carioca, 10/11/1946.
**** Maior público pagante do Fla-Flu no Estádio de General Severiano:
Fluminense 1–2 Flamengo, 17.656, Torneio Municipal, 01/06/1947.
***** Maior público pagante do Fla-Flu no Estádio de São Januário:
Fluminense 1–2 Flamengo, Campeonato Carioca, 32.300, 02/06/1940.
2) No Clássico dos Gigantes (Fluminense - Vasco) :
* Maior público estimado do Clássico dos Gigantes no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 5–1 Vasco, 30.000, Campeonato Carioca, 22/11/1925.
** Maior público pagante do Clássico dos Gigantes no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 1–2 Vasco, 22.476, Campeonato Carioca, 17/05/1925.
*** Maior público pagante do Clássico dos Gigantes no Estádio de São Januário:
Fluminense 0–2 Vasco, 33.378, Campeonato Carioca, 30/10/1949.
**** Maior público pagante do Clássico dos Gigantes no Estádio de General Severiano:
Fluminense 2–0 Vasco, 25.436, Campeonato Carioca, 23/04/1939.
***** Maior público pagante do Clássico dos Gigantes no Estádio da Gávea:
Fluminense 0–0 Vasco, 18.340, Torneio Municipal, 09/06/1946.
3) No Clássico Vovô (Fluminense - Botafogo):
* Maior público estimado do Clássico Vovô no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 4–2 Botafogo, 40.000, Amistoso, 25/07/1929, rodada dupla com Seleção Carioca versus Bologna.
** Maior público pagante do Clássico Vovô no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 1–2 Botafogo, 15.189, 28/09/1947.
*** Maior público pagante do Clássico Vovô no Estádio de General Severiano:
Fluminense 2–2 Botafogo, 23.091, 24/10/1948.
**** Maior público pagante do Clássico Vovô no Estádio de Campos Sales:
Fluminense 0–3 Botafogo, 14.387, 16/03/1943.
***** Maior público pagante do Clássico Vovô no Estádio de São Januário:
Fluminense 1–0 Botafogo, 27.094, 22/12/1946.
4) No clássico Fluminense - America:
* Maior público estimado do clássico Fluminense- America no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 0 2 America, 26.000, Campeonato Carioca, 17/06/1928.
* *Maior público pagante do clássico Fluminense - America no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 1–0 America, 20.149, Campeonato Carioca, 27/10/1946.
*** Maior público pagante do clássico Fluminense - America no Estádio da rua Campos Sales:
Fluminense 0–2 America, 14.677, Campeonato Carioca, 18/07/1943.
**** Maior público pagante do clássico Fluminense - America no Estádio de São Januário:
Fluminense 3–0 America, 22.370, Campeonato Carioca, 15/07/1944.
***** Maior público pagante do clássico Fluminense - America no Estádio de General Severiano:
Fluminense 8–4 America, 13.349, Campeonato Carioca, 24/11/1946.
- Em jogos interestaduais no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 0–1 Paulistano, amistoso, 14/07/1925.
Obs.: A renda desta partida foi de 78:282:000, e segundo o historiador paulista Tomás Mazzoni, em seu livro "História do futebol no Brasil", esta foi a maior renda em jogos entre clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo, até então. Considerando o ingresso médio de 1,76 no Fla-Flu
de 20/09/1924, dobrando-lhe o valor, o público pagante teria sido superior a 22.000, e considerando-se que os sócios do Fluminense não pagavam ingressos habitualmente (eram 3.708 em 1925), supõe-se que o estádio estivesse lotado, com cerca de 25.000 espectadores, senão mais, como acontecera em algumas ocasiões anteriormente, entre elas, exatos 30 dias antes, na partida Fluminense 3–1 Flamengo.
Publicaram os jornais da época:
- O Jornal, quarta-feira, 15 de julho de 1925.
"Os 25.000 espectadores que presenciaram hontem, no stadium, a victoria do Paulistano, na sua grande maioria, devem estar satisfeitos com o resultado do "meeting", que sem dúvida, ultrapassou as previsões mais optimistas."
- "O Globo", boletim gratuito:
O aspecto do stadium.
"Cedo, muito antes da hora marcada para o grande jogo, o stadium apresentava aspecto imponente:
"...repleto literalmente, e festivo pelas bandeiras sacudidas ao vento."
"...quando não se dispunha a adquirir os seus bilhetes de ingresso, com o agio dos cambistas,
que conseguiram apreciadíssima féria."
"Quebrando o sussurro do formigueiro humano - 30.000 pessoas, nunca menos - uma fanfarra militar executava os mais modernos dobrados e fox-trotis de seu repertorio."
- Em jogos internacionais no Estádio de Laranjeiras:
Fluminense 4–1 Sporting (Portugal), amistoso, 15/07/1928.
O público pode até ter sido de cerca de 30.000 pessoas, dado o aproveitamento da pista onde o Fluminense colocou cadeiras, embora algum exagero da imprensa:
- Jornal "O Paiz", de 14/07/1928, sobre o preço das entradas : Cadeiras numeradas (archibancada), 30$; cadeiras numeradas (pista), 20$; arquibancada, 10$ e geraes, 5$.
- Jornal "O Paiz", de 16/07/1928 : "O campo da rua Guanabara, onde se deu a abertura dessa série de jogos annunciados, accomodou cerca de 45.000 pessoas..."
- Jornal "O Globo", de 16/03/1928 : "Encheram-se as arquibancadas e as geraes, não havia lugar vago nas arquibancadas, nem mesmo nas duas mil, que o Fluminense fez colocar nas pistas."
Obs.: Sobre a segunda partida do Fluminense contra o Sporting (FFC 3–2), publicou o jornal "A Noite", de 30/07/1928, fazendo com que suponha-se que tenha sido pouco menor : "O publico, apesar do campo chuvoso, compareceu em grande numero ao stadium da rua Guanabara."
- Jornal "O Globo", de 27/07/1928, sobre o preço das entradas da segunda partida (mais baratos) : Cadeiras numeradas (archibancada), 20$; cadeiras numeradas (pista), 15$; arquibancada, 8$ e geraes, 5$.
- Maiores públicos pagantes do Fluminense em alguns outros estádios:
* Maior público pagante no Estádio Caio Martins, em Niterói:
Fluminense 2–2 Canto do Rio, 22.205, Campeonato Carioca, 27/08/1944.
Obs.: Recorde de público conhecido do Estádio Caio Martins.
** Maior público pagante no Estádio da rua Campos Sales:
Fluminense 4–1 Madureira, 16.595, Campeonato Carioca, 31/05/1942.
*** Maior público pagante no Estádio da rua Figueira de Melo:
Fluminense 5–3 SÃO CRISTÓVÃO, 11.881, Campeonato Carioca, 12/10/1946.
**** Maior público pagante no Estádio de Conselheiro Galvão:
Fluminense 3–1 Madureira, 11.714, Campeonato Carioca, 10/09/1944.
***** Maior público pagante no Estádio da rua Bariri:
Fluminense 4–4 Olaria, 10.740, Campeonato Carioca, 31/08/1947.
****** Maior público pagante no Estádio da rua Teixeira de Castro:
Fluminense 1–1 Madureira, 8.247, Campeonato Carioca, 18/07/1948.
****** Maior público pagante no Estádio da rua Ferrer:
Fluminense 3–5 Bangu, 8.206, Campeonato Carioca, 22/08/1943.
- O maior público estimado pela imprensa antes da Era Maracanã:
Fluminense 1–5 Arsenal (Londres, Inglaterra), 15/05/1949, São Januário, público pagante 27.572, uns 35.000 presentes.
Renda de CR$ 994.510,00.
* O jornal inglês Daily Mirror, de 17/05/1949, estimou o público presente em 60.000 pessoas.
** O jornal Gazeta Esportiva, de São Paulo, em 16/05/1949, afirmou que a renda era recorde
no Brasil e possivelmente na América do Sul, até então.
*** O jogo Corinthians 0–2 Arsenal, pela mesma excursão (em 22/05), teve renda de Cr$ 1.095.672,00 e público de 48.810 pagantes, mas os jogos em SP tiveram outros preços.
Obs.: O recorde de renda anterior do futebol carioca, pertencia ao jogo Fluminense 4–0 Southampton (ING), disputado em 16/05/1948, cuja renda foi de Cr$ 603.740,00, conforme publicaram os jornais "A Notícia"(RJ) e "A Gazera Esportiva", de 17/05/1948, para um público de 35.759 torcedores (32.300 pagantes). Considerando que o autor desta pesquisa não encontrou renda maior no intervalo entre estes dois jogos, provavelmente ainda era o recorde carioca até 15/05/1949. O preço dos ingressos de arquibancada e de geral nesta partida foram de Cr$ 20,00.