Estatisticas da CopaPeríodo: de 13 de junho a 11 de julho de 1982
Total de jogos: 52
Gols marcados: 146
Média de gols: 2,80 por partida
Artilheiro: Paulo Rossi (Italia) - 06 gols.
Público total: 2.064.364 pagantes
Média de público: 39.699 pagantes
Paolo Rossi - O Carrasco
A Fifa aumentou o número de participantes de 16 para 24, de modo a refletir o crescente número de inscrições e acomodar interesses financeiros e políticos. A Copa já tinha se tornado um negócio bilionário, atraindo a maior audiência entre os eventos esportivos existentes. Com o aumento do número de participantes, na Copa da Espanha foram disputadas 52 partidas, em comparação com as 38 da Copa de 78. Os 24 países foram dividos em 6 grupos, cabendo ao Brasil encabeçar o grupo 6, ao lado de URSS, Escócia e Nova Zelândia. O time de Telê contava com o talento de jogadores como Leandro, Júnior, Zico, Sócrates, Falcão e Toninho Cerezo. Nesta copa aconteceu a maior goleada de todas as copas - Hungria 10x1 El Salvador.
No jogo de abertura, a Argentina, campeã mundial, foi derrotada por 1 a 0 pela Bélgica. Esta partida marcou a estréia em Copas do Mundo de Diego Maradona, a grande estrela mundial de sua geração.
Na segunda fase, o Brasil teria que deixar Sevilha e iria à Barcelona formar o grupo C com a Itália e a Argentina.
Os argentinos, campeões do mundo, pareciam ser os adversários mais perigosos. Os italianos faziam uma péssima campanha, tendo marcado apenas dois gols nos três empates que conseguiram na primeira fase (0 a 0 contra Polônia e um a um contra o Peru e Camarões).
Mas os italianos surpreenderam ao vencer os argentinos por 2 a 1. Contra o Brasil, a Argentina voltou a jogar mal e a seleção brasileira não perdoou, vencendo por 3 a 1, com gols de Zico, Junior e Serginho, com Ramon Diaz descontando.
Os campeões mundiais estavam eliminados e o jovem Diego Maradona perdeu a cabeça atingindo deslealmente o meio-de-campo Batista. Como resultado, foi expulso de campo.
No dia 5 de julho, o Brasil voltava ao campo do pequeno estádio do Sarriá, para decidir a classificação contra a Itália. Para o Brasil, o empate era suficiente. Mas logo aos 5 minutos de jogo, o centroavante Paolo Rossi abriu o placar para a Itália. O Brasil empataria aos 12 minutos com Sócrates, finalizando um passe de Zico. Paolo Rossi voltou a marcar aos 25 minutos, aproveitando uma falha de Cerezo numa saída de bola equivocada. Depois de muito batalhar, o Brasil voltou a empatar no segundo tempo com Falcão, dando a impressão de que a classificação estava garantida. Mas o time de Telê não sabia se defender para segurar um resultado e, instintivamente, continuou atacando, dando chances à Itália. Aos 29 minutos, o artilheiro Rossi marcou o último gol da partida e pôs fim ao sonho de mais um título brasileiro. O Brasil, eleito pela imprensa internacional especializada como o melhor time da Copa, estava eliminado da Copa de 82.
As Semifinais
A Itália seguia para as semifinais, junto com a França, a Alemanha e a Polônia.
Os italianos, empolgados com as vitórias sobre Brasil e Argentina, nem pareciam o mesmo time que começara timidamente o mundial. Com outros dois gols do oportunista Paolo Rossi, a Itália não deu chances aos poloneses. O placar de dois a zero colocava a Itália na final contra a Alemanha.
A outra semifinal entre França e Alemanha acabou sendo considerada a melhor partida daquele mundial.
No lado alemão, craques como o lateral Briegel, o meio-de-campo Paul Breitner e os atacantes Littbarski e Rummenigge, além do excelente goleiro Schumacher.
A França não ficava atrás, com Amoros na lateral direita e o excelente Trésor comandando o miolo da zaga. No meio-de-campo brilhava o talento do baixinho Girese e de Tiganá. No ataque, os ótimos ponteiros Six e Rocheteau eram liderados pelo fabuloso Michel Platini.
Depois de um empate de um a um no tempo normal, o jogo foi levado a uma prorrogação de 30 minutos.
Os franceses fizeram dois gols e cometeram o mesmo erro da seleção brasileira: continuaram atacando, permitindo que os alemães empatassem em 3 a 3.
Pela primeira vez na hisitória das Copas, uma partida teria que ser decidida em cobrança de pênaltis. Prevaleceu a Alemanha que marcou cinco, contra quatro dos franceses.
A Final
Alemanha e Itália fizeram a grande final. Os italianos entraram com muita raça e não deram chance aos alemães.
Final do jogo: três para a Itália (gols de Paolo Rossi, Tardelli e Altobelli) e um para a Alemanha (Paul Breitner). A Itália conseguiu, assim, seu tricampeonato, igualando a marca brasileira.
Paolo Rossi, o "carrasco" do Brasil, tornou-se artilheiro da Copa de 82, com seis gols.
Para o Brasil, sobrou o consolo de ter pela primeira vez um juiz apitando uma final de Copa do Mundo, o árbitro Arnaldo César Coelho.
Para muitos, a Copa de 82 marcou o fim da era do chamado futebol arte. A partir daí, prevaleceriam o preparo físico e os rígidos esquemas táticos defensivos, que acabariam por tirar o brilho do espetáculo.
Times como a França de Platini e o Brasil de Zico, Sócrates e Falcão passaram a ser citados para mostrar que no futebol o que conta mesmo é o resultado.
Uma grande curiosidade do mundial da Espanha foi a interferência do xeque do Kuwait, Fahid al-Sabah. Ele invadiu o campo da partida em que a França derrotou o Kuwait por quatro a um, para protestar com o juiz soviético Miroslav Stuper, contra a validação de um gol francês.
Surpreendentemente, o juiz não só permitiu a invasão de campo, como voltou atrás e mudou sua decisão, anulando o gol francês. O árbitro acabou punido pela Fifa.
Naranjito - Mascote Oficial da Copa do Mundo de 1982.